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domingo, 23 de janeiro de 2011

Falando de menopausa

A menopausa por definição é a parada da menstruação. O útero não consegue mais responder ao ciclo hormonal feminino e o sangramento vaginal cíclico cessa. Isto ocorre ou porque o útero foi retirado ou porque o estímulo hormonal cessou. É preciso que a ausência de sangramento complete um ano para se considerar que a mulher está em menopausa.

Apesar de não ser uma doença, a menopausa pode causar transtornos tão devastadores na vida da mulher que pode até torná-la incapaz de conduzir suas atividades diárias. Mas outras mulheres passam por esta fase sem apresentar qualquer queixa. A este período que antecede e sucede à menopausa denomina-se climatério. São comuns as queixas de depressão, inchaço, ganho de peso, alteração do perfil do colesterol, além dos populares fogachos e taquicardias, insônia e ansiedade ou irritabilidade, perda da libido e memória. Para quem cohabita com uma mulher nesta fase, se os sintomas forem bem pronunciados, a convivência pode ser difícil. Para quem sofreu a retirada do útero, porém mantiveram os ovários funcionantes, os sintomas ficam evidentes quando somente quando os ovários falharem. A falência dos ovários é gradativa e flutuante e é por isso que os sintomas inicialmente vêm e vão.

Mas o que talvez mais amedronte a mulher seja o fato de ela ligar a menopausa à velhice. Quanto mais forte esta imagem estiver em sua mente, piores são os sintomas psicológicos que às vezes até se tornam psiquiátricos. E porque isso? Bom, nossa sociedade superestima o valor do novo, do belo e do estéticamente perfeito. A simples suposição de tornar-se feia e velha, gorda e esquecida por todos desespera muitas mulheres. No entanto, menopausa é uma fase da vida da mulher como todas as outras que passamos na vida até fecharmos nosso ciclo vital. A valorização desta nova fase de vida não é só a experiência adquirida, mas também o fato de que podemos e devemos ter mais tempo para nós mesmas, pois a maioria já criou seus filhos, os netos já podem ter chegado e muitas vezes a aposentadoria pode estar bem próxima, ou temos muito fôlego para novos empreendimentos.

É um erro estimularmos as meninas a uma vaidade excessiva e até mesmo doentia, devemos ensiná-las que a juventude é passageira. A vaidade saudável desenvolvida nas meninas leva a uma menopausa mais tranquila, já que ela sabe que tudo na vida obedece a um ciclo, e que se Deus permitir elas vão poder chegar lá. Mas é importante lembrar que qualquer sangramento vaginal depois da menopausa deve ser comunicado imediatamente ao seu ginecologista. O exame preventivo simples de Papanicolau é importantíssimo e, mesmo com a realização de outros tipos de exames, jamais pode ser dispensado.
Quais são os benefícios da terapia de reposição hormonal (TRH)? Um recentíssimo estudo realizado em 2010 e incluindo 12 membros de uma força tarefa americana da Sociedade de Endocrinologia reuniu 25 autores e 14 revisores todos especialistas em sua área e discutiram sobre vários trabalhos publicados e o valor centífico da contribuição de cada estudo revisto na literatura médica e concluíram a respeito dos benefícios e riscos da TRH (Postmenopausal hormone therapy: an Endocrine Society scientific statement, J Clin Endocrinol Metab. 2010 Jul;95(7 Suppl 1):s1-s66). Os benefícios imediatos foram o alívio dos fogachos, atrofia genital, prevenção de fraturas e diabetes. Os riscos incluíram episódios de trombose venosa e embolia, acidentes vasculares cerebrais e inflamação da vesícula.No subgrupo de mulheres de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa mostrou um benefício quanto à redução na doença coronariana e sua mortalidade, mas por outro lado o uso de estrogênio e progesterona neste subgrupo aumentou o risco de câncer de mama, o que não ocorreu com estrogênio isoladamente. Para câncer de ovário a TRH ofereceu riscos, embora tenha sido benéfica para um pequeno grupo de pacientes portadoras de câncer de intestino e endométrio (corpo do útero). Com os dados atuais,riscos e benefícios ainda não têm valores estabelecidos conclusivos. Em 2002, uma renomada revista científica, JAMA, já advertia em relação aos riscos cardiovasculares do uso da TRH, mas também apresentou problemas quanto à conclusão de resultados.
A bem da verdade, eu ainda não me sinto à vontade para utilizar estas medicações para reposição hormonal na menopausa. Creio que hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos supervisionados e adaptados à capacidade cardíaca de cada pessoa, conforme sugerido por um cardiologista,são a forma mais adequada de se viver esta fase de vida. A nutricionista pode orientá-la a dietas sem sofrimentos e rica em alimentos que diminuem ou mesmo fazem sumir todos os sintomas desagradáveis da menopausa.
Quando a mulher descobrir os tipos de poder que ela tem nesta fase de vida (poder criativo, de liderança, de tradição, de informação, de conhecimento, de competência) ela vai deixar de lamentar a juventude perdida e vai partir para conquistar e se estabelecer num país onde atualmente, depois da menopausa pode-se viver pelo menos 30 anos em média e de forma produtiva.
Abraço a todas!
Solange Diniz

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